quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sob as águas.

By Russelli Felicio




A rua virou rio. Corrente de água. Água corrente. Abundância. 
Corpos tensos a salvar suas coisas. Desde o início da manhã sombria.

Levantem-se ! O céu está se lamentando. Venham ver. 
Ergam isso e aquilo! Tudo o que puderem. Elevem-se!

O tempo corre. Não tão depressa quanto o novo rio. 
Alguém pode tapar as goteiras do céu? Parece que não.

O tempo corre. E já não há mais o que erguer. Foram-se os braços.

O rio já é mar. O estrondo da chuva já é música a escorrer. 
Há pequenos seres voando sobre as águas, 
fabricando desenhos...bonitos - indiferentes ao que se passa.

E quem não pode voar? E quem não tem para onde subir, nem "a coisa" para livrar? Serão levados, pelo frio? 
 Eles têm sido arrastados pelo imensidão invisível de todos os dias?

É o mundo submerso?
Alguém pode fazê-lo emergir?

Talvez o molhar seja preciso.

4 comentários:

  1. Que lindo descobrir esse teu lado. Que surpresa agradável. Será a minha leitura diária =)

    Bjo no heart!

    ResponderExcluir
  2. Parabéns pelo começo, Anne! Vou seguir para ler outros belos textos! ;)

    Beijocas!

    ResponderExcluir
  3. Bem legal primeca! Estou no aguardo do poema sobre "a mancha"!
    - Nando Alves

    ResponderExcluir
  4. Como disse Raul Seixas uma vez, sobre a ressaca do mar que tinha destruido seu carro: "o mar esta certo, quem esta errado somos nós

    ResponderExcluir