quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Translucidez

Russelli Felicio





















Eu fui a água límpida

do copo vítreo 
que você manuseou
harmoniosamente

você bebeu de mim, absorveu-me
Levou-me para dentro

Eu saciei sua sede momentânea
Fui proveitosa, inevitável

Mas, minha transparência
Fundiu-me ao copo

E logo veio a sentença:
Quebra-se!

Eu fui água pura

Deveria ter sido tinto?
Doce, enigmático,
inebriante?

Você me perceberia
e provaria mais


Tênue, eu?
Eu tenho fogo nos olhos,
Vigor nos lábios

Frágil?
Eu mastigo vidros

Um comentário:

  1. fico impressionada sempre! parece que tens muita facilidade pra transferir vivências em palavras e transformá-las em arte! característica do talento que ficou guardado tanto tempo, eu acho.
    muito show de bola todas as postagens, em especial, esta última.
    beijo

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