terça-feira, 23 de abril de 2013

Eterno


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É...

Às vezes a vida fica tão dispersa...como as leves folhas douradas que costumam visitar meu quintal. Algumas delas vêm de outros tempos, de galhos longínquos, de ares remotos, e por aqui ficam.

E deixam tudo tão ordenadamente bagunçado que não entendo! E é para entender? Ordem no caos.

Até que vem o vento, canta forte e arrasta certas folhas ao infinito. O mesmo vento que balança a saia da menina que dança sem caber no próprio corpo.

Algumas de minhas folhas se foram e eu nem vi.

Sem escolha, elas se dissipam no ar. Não tenho a mínima ideia de onde irão parar. Mas se fecho os olhos, ainda é possível ver suas lâminas secas e ouvir a música que fazem sob meus pés, dizendo que existem. Até nem ser preciso mais fechar os olhos. Para mim, ainda estão no quintal, misturando-se às que chegam.

Talvez, as leves folhas douradas permanecessem enfeitando o meu chão de terra. Se não tivesse vento, se não tivesse dança.

Mas quero ver tua saia rodar.